Drogon e Rhaegal voavam sobre a cidade que se rendera. As tropas e a população se misturavam no pátio da Fortaleza Vermelha, única edificação destruída em Porto Real. O trono de ferro, colocado em frente aos destroços, aguardava a rainha.
Com o sorriso confiante de quem nunca perdeu uma batalha, Daenerys Targaryen se aproximou da área aberta, seguida por Verme Cinzento e Tyrion Lannister, que trazia a espada de aço valiriano de Jon Snow. A população, ainda desorientada com os acontecimentos do dia, a encarou. A rendição havia sido um alívio, mas a nova soberana ainda precisava convencê-los de que seria melhor que seus antecessores e, principalmente, seu pai.
As tropas de Imaculados e Dothrakis, assim como os soldados do norte, se ajoelharam em respeito à rainha. Aos poucos, os habitantes de Porto Real fizeram o mesmo.
— Levantem-se. — A voz de Daenerys se projetava no pátio. — Tragam a tirana.
De dentro dos destroços, um grupo de Imaculados trazendo o corpo de Cersei Lannister se aproximou. Daenerys indicou o trono de ferro, e o cadáver foi posicionado sobre ele. Os dragões pousaram, interessados. A multidão exclamou de nojo e susto.
— Povo de Porto Real, meus queridos Dothraki, fiéis Imaculados e bravos guerreiros do Norte. Eu, Daenerys Targaryen, Nascida da Tormenta, jamais tomaria uma cidade para manter as estruturas como elas sempre foram. Arya Stark, a Heroína de Winterfell, já pôs um fim à vida da última tirana que estas terras viram. Mas isso não basta. Não vim assassinar rainhas. Vim quebrar a roda.
Com os olhos marejados, mas mantendo a firmeza de sua expressão, virou-se e ergueu a espada que Tyrion trazia. Deixou-a em frente ao trono, sob os olhares perplexos do povo. Os guerreiros do Norte, com Arya como líder, prestaram reverência.
— Drogon, Rhaegal. Meus filhos. — Os dragões atenderam ao chamado. Com os focinhos encostados no rosto dela, um de cada lado, receberam um breve carinho. Daenerys deu alguns passos à frente e, com o braço, apontou para o trono com o corpo da rainha morta. — Dracarys.
Chamas jorraram das bocas dos dragões. O cadáver queimou, emanando o cheiro de pele queimada, antes das mil espadas começarem a alaranjar. Em menos de um minuto, o trono derretia, reduzido a metal líquido. A espada de Jon, morto na batalha de Winterfell, misturava-se às outras. Daenerys sorria, aclamada pelo povo que gritava e celebrava o início da nova era.
Kali de los Santos 